O Gato O gato à sua janela, ao sol que brilha fulgindo, vai dormindo, vai pensando e vai sonhando: ”Ó minha linda casinha, tu és minha, muito minha, nem há outra melhor que ela!” O gato à sua janela, ao sol que brilha fulgindo, vai dormindo, vai pensando e vai sonhando: Pelas longas noites de invernia, quando o vento, num lamento, muito lento, muito longo, muito fundo, de agonia, ruge e muge, e a chuva bate à janela, nos vidros, fina a tinir, - ai como é bom dormir ao serão, todo enroscado ao pé do lume doirado, fazendo ron-ron, ron-ron… O gato à sua janela, ao sol que brilha fulgindo, vai dormindo, vai pensando e vai sonhando: “Não tenho inveja a ninguém: nem aos pássaros no ar, a voar; nem aos cavalos saltando, galopando; nem aos peixinhos do mar, a nadar; não tenho inveja a ninguém, aqui da minha janela, onde me sinto tão bem… Ó minha linda casinha, tu és minha, muito minha, não há outra melhor que ela!” Afonso Lopes Vieira |
quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
O Gato
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