terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

GATO PRETO: SUPERSTIÇÕES E MITOS


A história de vida do gato preto é impressionante.
Adorado por uns, sacrificado por outros, o gato preto sobreviveu a tudo apenas para reclamar o lugar que mais gosta de ocupar: um sítio quente, junto à janela.

As superstições acerca dos gatos nasceram desde cedo. Um dos primeiros povos a atribuir uma aura mística ao gato, foram os egípcios que o idolatravam, tendo mesmo um Deus com a sua forma física, Bast. Em honra desta divindade, os egípcios mantinham gatos pretos em casa e davam-lhes honras reservadas a faraós, mumificando-os depois de mortos.

Mas foi na Idade Média que o gato viu a sua sorte mudar. Apesar de prestarem um importante serviço ao homem, caçando os ratos que eram considerados uma praga em todo o lado, a verdade é que havia uma legião de gatos vadios que faziam das cidades o seu território. A sobrepopulação terá sido o primeiro motivo pelo qual o gato deixou de cair em graça para passar a cair em desgraça.

A Idade Média ficou marcada pela superstição, bruxaria e febre religiosa. O gato, como animal independente e solitário, captou a atenção tanto de pagãos como cristãos. Acreditava-se que bruxas se transformavam em gatos pretos, como uma forma de disfarce, para que pudessem realizar seus atos macabros de feitiçaria e magia negra sem serem capturadas e queimadas pelos inquisidores.

No paganismo, o gato representa sabedoria e proteção, mas na magia negra, o gato preto macho personifica o diabo. No tarot, no baralho de Rider Waite , a Rainha de Paus é representada com um gato preto aos seus pés, significando energia instintiva, mas domesticada.

Em paralelo com as lendas surgem também outros fatos históricos que na altura serviam de base de sustentação a muitas superstições. O Rei Carlos I de Inglaterra tinha um gato preto de estimação. O monarca acreditava que o seu gato lhe trazia sorte. Coincidência ou não, o gato morreu um dia antes de o Carlos I ter sido preso por Oliver Crommwell. O monarca foi acusado de traição e mais tarde decapitado.

Surpreendentemente, o gato preto sobreviveu a décadas, se não séculos de perseguição. A sua pelagem negra, pela qual era perseguido, era também uma vantagem quando caçava à noite, fundindo-se com a escuridão. Nestes tempos, não faltava alimento para os gatos, uma vez que os ratos abundavam pelas cidades e campos.

Pela altura do Renascimento, a Igreja Católica tinha já abrandado a caça aos hereges. Esta foi uma boa notícia para o gato por duas razões: por um lado os cristãos tinham conseguido reduzir a prática do sacrifício de animais, e em particular dos gatos com pelagem preta e por outro, deixaram de ser perseguidos pelos próprios cristãos.

Mas da Idade Média resistiram as superstições profundamente enraizadas na cultura popular. Apesar de em Portugal ser mais comum associar o gato preto a um mau presságio, são várias as superstições que lhe são favoráveis noutros países.

Superstições Comuns
Na Escócia
Um gato preto no alpendre traz prosperidade.

Na Itália
Ouvir um gato preto a espirrar traz boa sorte.
Se um gato preto se deita na cama de uma pessoa doente, significa que a morte dessa pessoa está perto.

Nos Estados Unidos da América
O gato preto que cruza o nosso caminho traz má sorte

Na Irlanda
O gato preto que cruza o caminho de alguém durante noites de luar, é prenúncio de epidemia.

Na Inglaterra
Na costa de Yorkshire, as mulheres dos pescadores acreditam que os seus maridos regressarão sãos e salvos da faina se mantiverem em casa um gato preto.
Mais generalizado entre os pescadores era a crença de que os gatos pretos mantidos em casa enquanto saíam para pescar era sinônimo de bom tempo em alto mar. Há quem defenda que o preço dos gatos pretos chegou a aumentar de tal formar que muitos marinheiros não tinham dinheiro para comprar um exemplar.
Em algumas regiões da Inglaterra acredita-se que oferecer um gato preto à noiva trás sorte.

Na França
No Sul deste país, acredita-se que tratar de um gato preto trás boa sorte.

Na Alemanha
Um gato que cruza o caminho de uma pessoa da direita para a esquerda é mau agoiro, mas da esquerda para a direita é boa sorte.

Na Letónia
Para os agricultores deste país, encontrar um gato preto nos depósitos de sementes é uma ótima notícia. Para eles, estes gatos são o espírito de Rungis, Deus da Colheita.

Superstições Atuais
Hoje em dia, o gato preto continua a ser mais do que um gato de pelagem escura. Ainda há quem veja nele sinal de boa ou má sorte. Num estudo realizado nos gatis e associações de animais dos Estados Unidos da América, verificou-se que o gato preto era a segunda pelagem menos desejada. A primeira era a castanha. Assim, numa ninhada de gatos de várias cores, o gato preto era sempre dos últimos a ser adotado.
A acentuar a idéia de que o gato preto ainda não é encarado como outro gato qualquer, nos Estados Unidos da América, onde há uma forte tradição de celebrar o Halloween, algumas associações de animais têm uma política especial que implementam nessa altura. Neste feriado manteve-se em alguns locais a tradição de sacrificar animais, entre eles o gato preto. Por esta razão, a adoção destes gatos fica congelada algumas semanas antes e depois desta festividade.
Em Portugal, as superstições sobre os gatos pretos não parecem ter tanta força e é bastante comuns encontrar um gato preto como animal de estimação. Não deixa de ser curioso que na Inglaterra, apesar da caça às bruxas e aos gatos vividos na Idade Média, as superstições que resistiram associam invariavelmente o gato a bons sinais.
Contudo, o gato preto parece ainda estar muito longe de recuperar a posição que tinha no Antigo Egito. Ou talvez não, uma vez que, tal como os outros gatos, parece ser perito em ganhar a adoração dos donos.

4 comentários:

c!c! disse...

amo gatos e acho que seja uma bobajem ter medo de um gato preto!

Anônimo disse...

Tenho 2 AMOO eles!

Anônimo disse...

A pantera negra não deixa de ser um felino , então porque supertiçoes e crendice contra os gatos ? porque se apegam em bobagem !!

Anônimo disse...

tenho 13 gatos preto, amo todos eles ,azar é voce nao ter nenhum.